domingo, 28 de outubro de 2007

Tupiniqarte

Em 1986 eu e Eduardo Reck Miranda nos conhecemos no curso de música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e logo em seguida montamos o Tupiniqarte, um dos primeiros laboratórios de música eletroacústica do Brasil. Nosso equipamento era de uma singeleza pueril: um órgão eletrônico, um Sinclair ZX-81, um MSX com uma interface SFG05 da Yamaha e muitas outras tralhas musicais, como se pode ver na foto acima. Montamos uma performance chamada Apóskalipse que foi apresentada no Instituto de Arte da UFRGS, na Companhia de Arte (lançamento do número 9 da revista Cobra) e em um bar do qual não me lembro o nome mas acho que era na Protásio Alves próximo à Lucas de Oliveira, em Porto Alegre. Depois disso continuamos trabalhando junto em alguns projetos musicais e logo em seguida - 1992, eu acho - o Miranda foi morar na Europa. Atualmente ele mora na Inglaterra e trabalha no Interdisciplinary Center for Computer Music Research (dê uma olhada para ver que trabalho porrada ele faz por lá!).

O áudio da performance Apóskalipse se perdeu no tempo mas alguns outros foram preservados. As amostras de áudio estão no meu site, no endereço http://www.moyseslopes.mus.br. Há ainda fichas técnicas e algumas considerações sobre as músicas.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Florada dos Ipês em Porto Alegre

Quem mora em Porto Alegre ou já esteve por aqui no início da primavera conhece a florada dos ipês. Nesta ocasião a cidade se pinta de tons que variam do roxo ao rosa - passando pelo violáceo - quando os ipês perdem as folhas e transformam-se em cálices floridos. Este ano a florada aconteceu antes do previsto - provavelmente apressada pelas mudanças climáticas que paulatinamente sentimos - mas não tirou a beleza deste evento que cria tapetes coloridos para que os transeuntes possam, ao menos uma vez por ano, pisar em flores.

Há imagens bacanas sobre a florada dos ipês na internet. Gostei muitos desta, desta, desta e desta, onde se pode ver o efeito das flores no chão. Estes fotos pertencem a esta página e você acha outras bem interessantes no Flickr do Hilton Lebarbenchon e no blog da Ligiane Panosso.

Saudações!

domingo, 16 de setembro de 2007

RádioCom - Pelotas - RS

Domingo 16 de setembro de 2007, 09:40 da manhã. Ligo meu notebook e aponto meu navegador para o sitio da RádioCom - 104.5 - de Pelotas, RS. Imediatamente reconheço a voz do meu amigo Glenio Rissio e algumas memórias vão ganhando vida própria quando um sopro de frescor retira a poeira que insiste em cobri-las. Em novembro de 2006 o FPMRS - Fórum Permanente de Música do RS - foi convidado por Vitor Azubel para uma reunião com os músicos de Pelotas, no intuito de preparar a instalação de um fórum permanente de música na cidade. Designado para ir, estava eu reunido com os músicos quando - quase ao final da reunião - chega uma figura esbaforida, com olhos inquietos e um discurso prá lá de positivo. Terminado o compromisso convidou-me para uma entrevista na RádioCom, ao que imediatamente aquiesci. No caminho, enquanto conversávamos, fui descobrindo Glenio Rissio, um entusiasta da cultural local, daqueles que a entendem como forma de diminuir diferenças e reparar as mazelas do sistema. Quando cheguei à rádio Celso Krause preparava-se para colocar no ar seu programa Jam Sessions, e por aí já foram mais alguns bons momentos de conversa da boa. Voltei para Porto Alegre com a certeza de ter conhecido uma rádio especial, verdadeiramente comunitária, que conta com uma equipe abnegada, trabalhadora e exigente que põe foco na qualidade do que comunicam. Semana passada, em dois breves encontros com Glenio, conheci também o ATENTO, informativo mensal da RádioCom e a revista GENTEBOA, publicação mensal da Orgânica Comunicação que é distribuída gratuitamente em faculdades, cafés, cybers, bares, hotéis, eventos culturais da cidade e que também pode ser encontrada no sitio www.pelotasgenteboa.com.br.

RádioCom é um exemplo a ser imitado Brasil afora. Fiquem com meu abraço.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A Zabumba - Pernambuco


Imaginação, muita imaginação. Imaginação em grandes doses, sob forma de idéias musicais e literárias. Assim é o disco de A Zabumba. Conheci Juliano Holanda em 2005, em Fortaleza, e depois nos encontramos em Salvador e em Recife. Não lembro exatamente quando foi a primeira vez que os ouvi, mas lembro que fiquei bastante impressionado. Somente agora, em agosto, durante a Feira da Música de Fortaleza é que consegui comprar o CD deles. Gustavo Wilson, Publius, Juliano Holanda, Bruno Vinezof e Carlos Amarelo são excelentes músicos, ótimos instrumentistas e grandes criadores. Para constatar isso basta uma escutada no CD homônimo que tem 13 faixas e deliciar-se com o encarte que conta com desenhos de João Li e projeto gráfico de Balão. Segundo os integrantes, "(...) o Grupo Azabumba compôs o disco de forma visceral, transformando cada acorde numa projeção ilimitada da arte musical, sem nenhuma pretensão de apelo de mercado, verdadeiro e sincero com cada músico que participou desta etapa da carreira do grupo." Com sinceridade lhes digo que, após ouvir o disco, é exatamente isto que parece. A Zabumba consegue ser tradição e vanguarda simultaneamente, um discaço que merece ser ouvido e re-ouvido muitas vezes. Eles têm um site (http://www.azabumba.com.br) muito bacana, aproveite para visitá-los, você vai gostar.

Eis a ficha técnica do CD:

Publius - voz, vocais, bandolim
Gustavo Azevedo - voz, vocais, pífano, rabeca
Juliano Holanda - baixo, triângulo, voz, vocais
Bruno Vinezof - pandeiro, surdo, caixa, vocais, antena, alfaia, reco-reco, pratos, caxixis
Rudá - zabumba, alfaia, pandeiro, caixa, surdo, ruídos, reco-reco, pratos
Ana Araújo - triângulo, caracaxá, voz, vocais, mineiro, alfaia
Celine - texto em francês
Eli Maria, Lulu Araújo, Laila A. C. Rosa, Tiné, Urêia, Eli Maria, Lulu Freire - coro
Breno Lira - violão aço

Gravado entre agosto de 2003 e 2004 no estúdio do Departamento de Música da UFPE por Zé Guilherme Lima, Pierre, Lindemberg e Marcílio
Mixado no estúdio do Departamento de Música da UFPE por Zé Guilherme Lima e Azabumba
Produzido por Azabumba e Zé Guilherme Lima
Co-produzido por Flávio Mamoha
Masterizado no Classic Master (SP) por Carlos Freitas e Zé Guilherme Lima
Produção executiva, direção musical e arranjos: Azabumba
Projeto gráfico: Balão
Desenhos: João Li

sábado, 1 de setembro de 2007

A Euterpia - Belém do Pará


Conheci Marisa Brito, Antônio Maria Novaes, Márcio Pato e Carlos Canhão, da banda A Euterpia, de Belém do Pará, na Feira da Música de Fortaleza 2007 (fiquei sem conhecer Tom Salazar Cano, que não estava lá...). Por uma coincidência de agenda não assisti ao show deles no Palco do Rock (Centro Cultural Bom Jardim) mas, simpáticos como são, presentearam-me com seu disco Revirando o Sótão, o qual também não cheguei a escutar durante minha estada no Ceará. Porém, para minha sorte, como uma espécie de compensação a estes desencontros, desfrutei de bons momentos com Marisa, Pato e Canhão quando, na beira da praia de Iparana (esta aí acima), tomamos algumas cervejinhas e batemos um gostoso papo sobre música, produção, cultura e outras tantas coisas boas da vida. Falantes prolíferos e ouvintes atentos, de pronto reconheci pessoas queridas e positivas, que vêem nas adversidades da profissão motivos para a busca e o desenvolvimento. Voltei para Porto Alegre com a sensação de que escutá-los seria uma boa experiência e não me enganei: o disco é um achado, cheio de arranjos não-convencionais e de um humor tão intenso quanto refinado. As estruturas dos arranjos vez por outra brincam com o discurso tradicional e apresentam soluções inteligentes para as questões estéticas que eles apresentam a si próprios. Isto sem falar, é claro, de sua competência como instrumentistas e cantores. Ouvindo-os tive a impressão de que o processo de elaboração do disco Revirando o Sótão deve ter sido pura confraternização, verdadeira celebração da arte, como soem ser projetos de pessoas bacanas como eles. Quem quiser pode ouvi-los no MySpace através deste link. Ouça e deixe-se levar pela música desta rapaziada boa de Belém do Pará. Preferidas no Revirando o Sótão? Tenho sim! Não consigo parar de escutar Brechot do Brega, Dia de Alcatrão, Dentro da Caixa, Cinemática e a faixa que dá título ao CD, Revirando o Sótão. Aliás, tenho escutado tanto que, citando-os, pergunto-lhes: Como é que a gente sai de lá, como é que faz prá voltar?

sábado, 25 de agosto de 2007

Feira da Música de Fortaleza

A VI Feira da Música de fortaleza aconteceu de 15 a 18 de agosto de 2007. Estive na edição de 2005 (fazendo show com a Camerata Brasileira) e em 2006 não pude comparecer, o que talvez me tenha feito perceber tão claramente o aumento significativo da estrutura e da programação da FMF: nova programação de estandes, novos palcos para shows, aumento do número de expositores e uma grade de palestras e oficinas de muito fôlego. Tudo isto fez da feira um grande sucesso, o que não a livra de pequenas ressalvas, entre elas a baixa freqüência de público aos painéis de debates e a coincidência de horários de eventos. Ainda que seja uma iniciativa louvável, a realização de um curso de preparação para participação em rodadas de negócios no mesmo horário em que as rodadas aconteciam precisa ser repensada, pois um sabota o outro - apesar do foco de interesse ser o mesmo, é impossível participar dos dois. Estes são detalhes que de forma alguma diminuem a grandeza do evento. Ponto importante a salientar - destaque nas Feiras da Música de Fortaleza - é a hospedagem no SESC Iparana Concentrar todos os músicos no mesmo local propicia não só um intercâmbio que gera novas amizades como também possibilita rever amigos antigos, e as Jam Sessions que resultam disso são imperdíveis. Ivan Ferraro (a quem chamo carinhosamente de Sr. Feira da Música), Valéria Cordeiro e toda sua equipe são exemplos de tenacidade e persistência dos quais este país precisa, e muito.

Por fim, quero registrar que na FMF estive na agradável companhia de Mariana Martinez, uma das mentoras do Circuito Gaúcho de Música Independente e integrante da organização da Feira da Música do Sul, a qual se pretende realizar em abril de 2008. Mariana conheceu e respirou detalhes importantes que envolvem uma evento deste porte e tenho certeza de que trouxe uma bagagem importante para nosso estado.

O pequeno vídeo abaixo eu fiz em um dos deslocamentos entre Iparana e Fortaleza, enquanto pegava o depoimento de Napoleão de Assunção, do programa/projeto "No PE do Ouvido", de Pernambuco. Pode-se ver músicos de diversos estados no ônibus, puro networking!

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Seminário Internacional de Diversidade Cultural

Achei sensacional a realização do Seminário Internacional de Diversidade Cultural, principalmente as discussões sobre políticas culturais. Sem menosprezar as outras participações acho que vale a pena dar uma conferida em especial na do professor Hugo Achugar, diretor do Observatório de Políticas Culturais do Uruguai, que tem uma visão bem contemporânea sobre o assunto. Eu gostaria realmente de que os dirigentes públicos que trabalham na área da cultura dessem uma lida nos pronunciamentos de Achugar, principalmente os do meu estado (RS) e os de minha cidade (Porto Alegre). Suas idéias sobre os equívocos do estado, o censo da cultura e os fluxos culturais podem ser lidas na Agência Brasil, neste endereço.

Boa leitura,


terça-feira, 17 de julho de 2007

Sociedade Brasileira de Economia da Cultura

Recebi hoje o Informativo nº 67 da Representação Regional Sul do MinC e junto com ele a notícia da criação da Sociedade Brasileira de Economia da Cultura, que acontecerá no último dia do Seminário Internacional em Economia da Cultura, dia 20 de julho próximo. A sociedade será formada por instituições públicas e privadas que tenham foco na Cultura como elemento estratégico para o desenvolvimento econômico do país. A matéria original está neste endereço.

Eu que andava com ciúmes do Chile, da Inglaterra, dos Estados Unidos, da Índia, da Nigéria, da Áustria e da Argentina - por estarem estes países muito desenvolvidos em seus estudos e trabalhos sobre economia da cultura - respiro agora mais aliviado e vejo que talvez nós, brasileiros, não ficaremos apenas de espectadores da história. No Brasil os núcleos criativos possuem grande diversidade e força e é desnecessário falar do quanto a cultura que produzimos é apreciada no exterior e de quantas divisas poderia gerar. Mesmo assim ainda somos dependentes das benesses do Estado - através das leis de incentivo - para fazer circular nossos produtos culturais e até mesmo para gerá-los. A auto-sustentabilidade que alguns países alcançaram ou estão alcançando ainda é um sonho distante para nós, brasileiros. Espero que a criação da Sociedade Brasileira de Economia da Cultura seja um importante instrumento para o desenvolvimento de nossas economias criativas.

Vamos nos mexer! Um abraço,

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Ritual Music of Ethiopia

Ritual Music of Ethiopia foi lançado em janeiro de 1973 pelo selo Folkways Records / Smithsonian Folkways, que é o selo do Smithsonian Institution, o museu nacional dos Estados Unidos. É um trabalho impressionantemente rico, um bálsamo para ouvidos cansados das atuais gravações pasteurizadas onde todo mundo parece soar como todo mundo. É quase impossível escutar as 14 faixas do disco e não ser chacoalhado por um sentimento estranho de inquietação, seja estética, intelectual, emocional, o que seja. Sobre isso falou muito bem Michael Azerrad, Editor-in-Chief do eMusic. Segundo ele se você escutar este CD por mais de sessenta segundos e ainda não estiver alucinado talvez seja melhor verificar se você tem pulso. Concordo com ele!

Você pode escutar amostras do CD no emusic.com ou no próprio Smithsonian Folkways Recordings.


Espero que desfrutem. Grande abraço!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Deputados e Cultura



Terça-feira estive na audiência pública que teve como objetivo discutir o financiamento da cultura, audiência esta convocada pela Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa do RS. Não sei se estou correto, mas entendi que os prazos para emendas e demais trâmites de costume já estavam fechados. Assim sendo, o que nós, sociedade civil, estávamos fazendo lá? Juro que não entendi...

Mas tem mais: fiquei impressionado com o despreparo dos deputados para tratarem do tema cultura, pois ainda que a discussão tenha sido pertinente as questões abordadas eram muito primárias. Enquanto outros países e alguns estados brasileiros discutem economia da cultura, cultura sustentável e creative clusters, entre outras questões de ponta, nós no RS ainda estamos pensando numa maneira de punir os produtores culturais que "agirem fora da lei". Pior do que isso: estamos cegos, surdos e loucos com o paternalismo estúpido de um estado que insiste em "financiar" a cultura tão somente. Acho que precisamos mudar a tônica da discussão. Se você conhece algum deputado minimamente ligado à cultura aqui vão algumas dicas de leitura: informações sobre o movimento funk carioca, o tecnobrega do Pará, o cinema da Nigéria, o CREA - Incubadora de Industrias Creativas y Empresas Culturales de Córdoba (Argentina), o Convénio Andrés Bello (Chile) e o Creative Clusters (Inglaterra) irão fazer bem ao seu trabalho, e ao nosso também, trabalhadores da cultura que somos.

Um abraço,

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Leandro Maia e Os Relógios de Frederico na Série Compassos


Domingo, 17 de junho de 2007. Último dia de apresentações da Série Compassos, uma realização da Casa Elétrica Produtora Cultural na Sala Álvaro Moreira. Devido a alguns compromissos profissionais não estive presente nos shows de sexta-feira e sábado - ou seja, perdi Alexandre Vianna Trio, Vanessa Longoni, Ângelo Primon e Maria Vai Com as Outras - e por isso vou falar apenas do show de domingo, um feliz consórcio entre Leandro Maia e Os Relógios de Frederico.

Leandro mostrou ao público as músicos de seu CD PALAVREIO - ainda em fase de gravação - que deverá ser lançado no segundo semestre deste ano. Com a maturidade de quem já refletiu muito sobre seu fazer artístico Leandro compartilhou com o públicou seus experimentos semânticos/sonoros/literários acompanhado de músicos que tiveram sensibilidade para copreender sua proposta. O resultado foi um show muito bonito, agradável e instigante. Veja a ficha técnica logo abaixo.

E o que dizer de Os Relógios de Frederico? É uma super banda, já estou ficando até chato de tanto elogiar os caras! O show foi basicamente com músicas não-gravadas, contando com apenas quatro das lançadas em CD. Foi muito bom que o tamanho da Sala Álvaro Moreira tenha permitido uma sonorização muito leve, quase acústica. Com isso foi possível perceber todas as nuances que o septeto se propõe e enxergar mais de perto as performances cênicas e as bailadinhas da dupla Mapa-Siervo. Resumindo: um arraso!

Fichas Técnicas:

Leandro Maia (conheça mais em http://palavreio.blogspot.com)
Miguel Tejera: baixo
Mimo Aires: Percussão
Vinícius Prates: Flauta

Relógios de Frederico (veja em http://www.relogiosdefrederico.mus.br)
Maurício Nader: baixo
Luciano Zanatta: sax alto
Leonardo Boff: teclados
Diego Silveira: bateria
Gilberto Ribeiro Junior: guitarra
Mateus Mapa: voz e flauta
Rodrigo Siervo: sax tenor e voz

Era isso. Grande abraço,

Moysés Lopes.

sábado, 12 de maio de 2007

Discotecagem eletroacústica

Música independente: esta é a base do trabalho de discotecagem que tenho desenvolvido utilizando recursos eletrônicos, instrumentos acústicos e técnicas de Mashup. A receita é simples: ouvir, desmontar e remontar a diversidade musical e as sonoridades do mundo inteiro. O repertório é executado ao vivo numa performance 'live electronic' e, sempre que possível, com a participação de músicos convidados que interagem improvisando sobre as propostas eletrônicas, criando um diálogo vivo, criativo e estimulante.

Veja alguns dos artistas constantes do repertório:

Kudsi Erguner Ensemble (Turquia)
Trio Manari (Brasil - Amazonas)
Gnawa Essaouira (Marrocos)
Adolfo Almeida Júnior (Brasil - Rio Grande do Sul)
Gezortenplotz (Alemanha)
DJ Dolores (Brasil - Pernambuco)
Tara Fuki (Polônia)
Relógios de Frederico (Brasil - Rio Grande do Sul)
Compay Segundo, Rubén González & Ibrahim Ferrer (Cuba)
Banda Repolho (Brasil - Santa Catarina)
Iva Bittova (República Checa)
Siba Veloso e a Fuloresta do Samba (Brasil - Pernambuco)
Avangard (Rússia)
Balzacs (Brasil - Rio Grande do Sul)
Bob Ostertag (USA)
Camerata Brasileira (Brasil - Rio Grande do Sul)
Kojiro Umezaki (Japão)
Lixo Extraordinário (Brasil - Rio de Janeiro)
Manou Gallo (Costa do Marfim)
Umagoma (Brasil - Sãp Paulo)
Nganasan (Sibéria)
Fuzzly (Brasil - Mato Grosso)
Tribo Wallano (Etiópia)
Pagode da Masseira de Tereza Felix (Brasil - Alagoas)
Abayudaya (Uganda)

A lista está crescendo... Acompanhe algumas mostras deste trabalho no meu site no Multiply.

Um abraço,

sábado, 28 de abril de 2007

A Aposta dos Deuses


Este é o nome do último livro de Álvaro Santi, um poema dramático gestado por 5 anos e publicado com uma aquarela de Márcia Cristina Lange na capa. Rapaz de bom gosto este Álvaro. Antes de falar do texto em si vale uma menção à Nota do Autor, onde ele discorre sobre o processo (longo) de construção da idéia de fazer um poema dramático baseado nos princípios opostos do apolíneo e do dionisíaco. Melhor ainda foi ampliar meu vocabulário. Vocês sabem o que é uma 'redondilha'? Agora eu sei...

O texto é extremamente criativo e prende logo ao início da leitura, tendo se mostrado fluido, inteligente e interessante. Aliás, flui tanto que logo ao terminar iniciei novamente a leitura, pois temi ter perdido algum detalhe 'sântico'. Explico: Álvaro é extremamente irônico, dono de uma ironia elegante e por vezes tão sutil que pode restar escondida em algum canto do texto acaso não estejamos vigiliantes. Pela fluidez do texto temi perder alguma dessas e prontamente reiniciei a leitura, atento como um cão perdigueiro. Tanto melhor! A leitura pausada permitiu-me deliciar com a variedade de ritmos explorados pelo autor.

Espero que em breve nossos diretores de teatro possam deitar olhos sobre 'A Aposta dos Deuses'. Como obra pude desfrutar apenas de sua face 'poema', adoraria ver seu lado 'dramático' realizado.

Abraços,

domingo, 25 de março de 2007

Relogios de Frederico?

Vocês já ouviram falar da banda "Relógios de Frederico"? Pois é, pensei em escrever sobre eles aqui no blog mas a Relógios é uma banda tão impressionante que resolvi fazer mais do que isso e começou a pintar a idéia de um podcast com os "fredelógios" (nome carinhoso dos componentes da banda).

Para mim esta é uma das melhores bandas que eu já ouvi na vida, mas eles curiosamente parecem ser avessos ao sucesso! Se os Estados Unidos tem Frank Zappa e John Zorn; se a Espanha tem Picasso e se a França tem Ionesco, nós temos Relógios de Frederico.

Quer ver como os caras são esquisitos? Procurei áudio deles na internet para colocar aqui nesta postagem e não achei. Vocês podem ler um pouco sobre eles no programa música do mundo mas também é só. Nem na Tratore, distribuidora do segundo CD da banda, o "Chumbo Grosso", tem música para ouvir. Eles realmente são um fenômeno.

Querem conhecer mais sobre a Relógios? Aguarde o podcast, eu os avisarei.

Um abraço,

Moysés Lopes

sábado, 10 de março de 2007

Adolfo de Almeida Junior: Paradoxo Para Todos


"Quero lembrar a todos que estamos vivos! Porque música é arte, e arte é expressão, e expressão é nossa centelha de vida..."

Esta é uma das pérolas que se pode encontrar no CD "Paradoxo Para Todos", de adolfo Almeida Júnior, mas não se trata de uma música, é um texto do encarte. Não me canso de dizer que este é um dos melhores CDs que ouvi em 2006. Se o Adolfo tivesse registrado somente seu domínio técnico do instrumento já seria um ótimo trabalho, mas ele abusou e registrou a música que lhe vai na alma, e com isso nós ouvintes ganhamos uma obra prima. Para realizá-la cercou-se de amigos e parceiros de música que tiveram sensibilidade para entender sua proposta, assim descrita no encarte do CD:

"Este é um disco de improvisações. Nada foi pré-composto, nem ensaiado, nem combinado. Tudo é improvisado, com exceção de 'Manequim'. Pode-se ouvir 'erros', desafinações, desencontros e 'acertos' parece música escrita!..."

Participaram Luiz Mário 'Ventania', Diogo de Haro, Fábio Mentz, Teco Cardoso, Marcelo Corsetti, Catulo Parra, Cristina Cambeses e Arthur de Faria.

Seria interessante você ouvi-los...

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Kim Ribeiro: 40 anos de musica.


Eu era um adolescente apaixonado por música na Porto Alegre dos anos 80 quando ouvi pela primeira vez falar de Kim Ribeiro. Consegui assiti-lo algumas vezes antes de me mudar para Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul. Quando retornei ele não residia mais na cidade. Em 2003 eu coordenei as comemorações do Dia Nacional do Choro em Porto Alegre quando Maureen Mandelli (figura querida!) da Coordenação de Música ligou e disse que Kim Ribeiro havia entrado em contato com ela pois viria a Porto Alegre e gostaria de participar da programação musical da cidade. Fiquei entusiasmado com a possibilidade: depois de uma rápida troca de telefones e algumas combinações mínimas nos encontramos para um ensaio e tocamos (Camerata Brasileira + Kim) juntos no DNC 2003, no Mercado Público de Porto Alegre. Fiquei feliz, muito feliz, principalmente por rever um dos ícones da minha juventude, sujeito gente boa prá caramba! De lá prá cá ficamos amigos e quando vem à Porto Alegre ele sempre entra em contato. Assim foi no segundo semestre de 2006: ele veio, mas não nos encontramos pois me desorganizei, deixei a turbulência da vida me carregar e acabei não encontrando com Kim. Fiquei chateado, mas ele me deixou de presente um exemplar do CD "40 Anos de Música", ao qual ele seguidamente se referia em e-mails como "o Quarentinha".

São 40 anos de muita música, de música plural, de um músico que só o que quer é ser feliz com sua música e não se poupa para isto. Temos muitos KIMs neste disco, do músico tradicional ao compositor experimental, passando pelo virtuose, pelo chorão, pelo jazzista. Basta ver o envolvimento que Kim tem com a música nos comentários que ele faz no encarte do CD, onde uma leitura mais atenta detecta histórias de viagens, de locais, de estúdios, de músicos, parceiros, técnicos... Este é um disco de muitas vivências, de reuniões, é um disco de síntese repleto de sonoridades ricas, instrumentações geniais, melodias não usuais, mudanças de andamento, texturas delicadas, enfim tudo feito com um esmero típco, de quem é apaixonado pelo que faz.

Não tinha como ser diferente: o disco é a cara do Kim. Boa audição para todos.

Veja mais sobre o Kim no seu site.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

1... 2... 3... Bloggando!

Agora vai... Resolvi escrever neste blog para poder manifestar alguns pensamentos, dizer bobagens, falar sobre as músicas que tenho ouvido, sobre os shows que tenho assistido, enfim... dividir um pouco meus pensamentos com outras pessoas - se é que alguém vai querer ler o que escrevo. Tenho alguns escritos em outros locais, tais como o Multiply, o blog da Camerata Brasileira e o Overmundo, mas o negócio agora é dar uma centralizada por aqui. Vamos ver se vai rolar, espero não cair na vala comum, que é iniciar o Blog e deixar o pobre diabo aos deus-dará depois.

Até breve, eu espero... :-)