quinta-feira, 26 de julho de 2007

Seminário Internacional de Diversidade Cultural

Achei sensacional a realização do Seminário Internacional de Diversidade Cultural, principalmente as discussões sobre políticas culturais. Sem menosprezar as outras participações acho que vale a pena dar uma conferida em especial na do professor Hugo Achugar, diretor do Observatório de Políticas Culturais do Uruguai, que tem uma visão bem contemporânea sobre o assunto. Eu gostaria realmente de que os dirigentes públicos que trabalham na área da cultura dessem uma lida nos pronunciamentos de Achugar, principalmente os do meu estado (RS) e os de minha cidade (Porto Alegre). Suas idéias sobre os equívocos do estado, o censo da cultura e os fluxos culturais podem ser lidas na Agência Brasil, neste endereço.

Boa leitura,


terça-feira, 17 de julho de 2007

Sociedade Brasileira de Economia da Cultura

Recebi hoje o Informativo nº 67 da Representação Regional Sul do MinC e junto com ele a notícia da criação da Sociedade Brasileira de Economia da Cultura, que acontecerá no último dia do Seminário Internacional em Economia da Cultura, dia 20 de julho próximo. A sociedade será formada por instituições públicas e privadas que tenham foco na Cultura como elemento estratégico para o desenvolvimento econômico do país. A matéria original está neste endereço.

Eu que andava com ciúmes do Chile, da Inglaterra, dos Estados Unidos, da Índia, da Nigéria, da Áustria e da Argentina - por estarem estes países muito desenvolvidos em seus estudos e trabalhos sobre economia da cultura - respiro agora mais aliviado e vejo que talvez nós, brasileiros, não ficaremos apenas de espectadores da história. No Brasil os núcleos criativos possuem grande diversidade e força e é desnecessário falar do quanto a cultura que produzimos é apreciada no exterior e de quantas divisas poderia gerar. Mesmo assim ainda somos dependentes das benesses do Estado - através das leis de incentivo - para fazer circular nossos produtos culturais e até mesmo para gerá-los. A auto-sustentabilidade que alguns países alcançaram ou estão alcançando ainda é um sonho distante para nós, brasileiros. Espero que a criação da Sociedade Brasileira de Economia da Cultura seja um importante instrumento para o desenvolvimento de nossas economias criativas.

Vamos nos mexer! Um abraço,

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Ritual Music of Ethiopia

Ritual Music of Ethiopia foi lançado em janeiro de 1973 pelo selo Folkways Records / Smithsonian Folkways, que é o selo do Smithsonian Institution, o museu nacional dos Estados Unidos. É um trabalho impressionantemente rico, um bálsamo para ouvidos cansados das atuais gravações pasteurizadas onde todo mundo parece soar como todo mundo. É quase impossível escutar as 14 faixas do disco e não ser chacoalhado por um sentimento estranho de inquietação, seja estética, intelectual, emocional, o que seja. Sobre isso falou muito bem Michael Azerrad, Editor-in-Chief do eMusic. Segundo ele se você escutar este CD por mais de sessenta segundos e ainda não estiver alucinado talvez seja melhor verificar se você tem pulso. Concordo com ele!

Você pode escutar amostras do CD no emusic.com ou no próprio Smithsonian Folkways Recordings.


Espero que desfrutem. Grande abraço!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Deputados e Cultura



Terça-feira estive na audiência pública que teve como objetivo discutir o financiamento da cultura, audiência esta convocada pela Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa do RS. Não sei se estou correto, mas entendi que os prazos para emendas e demais trâmites de costume já estavam fechados. Assim sendo, o que nós, sociedade civil, estávamos fazendo lá? Juro que não entendi...

Mas tem mais: fiquei impressionado com o despreparo dos deputados para tratarem do tema cultura, pois ainda que a discussão tenha sido pertinente as questões abordadas eram muito primárias. Enquanto outros países e alguns estados brasileiros discutem economia da cultura, cultura sustentável e creative clusters, entre outras questões de ponta, nós no RS ainda estamos pensando numa maneira de punir os produtores culturais que "agirem fora da lei". Pior do que isso: estamos cegos, surdos e loucos com o paternalismo estúpido de um estado que insiste em "financiar" a cultura tão somente. Acho que precisamos mudar a tônica da discussão. Se você conhece algum deputado minimamente ligado à cultura aqui vão algumas dicas de leitura: informações sobre o movimento funk carioca, o tecnobrega do Pará, o cinema da Nigéria, o CREA - Incubadora de Industrias Creativas y Empresas Culturales de Córdoba (Argentina), o Convénio Andrés Bello (Chile) e o Creative Clusters (Inglaterra) irão fazer bem ao seu trabalho, e ao nosso também, trabalhadores da cultura que somos.

Um abraço,