domingo, 16 de setembro de 2007

RádioCom - Pelotas - RS

Domingo 16 de setembro de 2007, 09:40 da manhã. Ligo meu notebook e aponto meu navegador para o sitio da RádioCom - 104.5 - de Pelotas, RS. Imediatamente reconheço a voz do meu amigo Glenio Rissio e algumas memórias vão ganhando vida própria quando um sopro de frescor retira a poeira que insiste em cobri-las. Em novembro de 2006 o FPMRS - Fórum Permanente de Música do RS - foi convidado por Vitor Azubel para uma reunião com os músicos de Pelotas, no intuito de preparar a instalação de um fórum permanente de música na cidade. Designado para ir, estava eu reunido com os músicos quando - quase ao final da reunião - chega uma figura esbaforida, com olhos inquietos e um discurso prá lá de positivo. Terminado o compromisso convidou-me para uma entrevista na RádioCom, ao que imediatamente aquiesci. No caminho, enquanto conversávamos, fui descobrindo Glenio Rissio, um entusiasta da cultural local, daqueles que a entendem como forma de diminuir diferenças e reparar as mazelas do sistema. Quando cheguei à rádio Celso Krause preparava-se para colocar no ar seu programa Jam Sessions, e por aí já foram mais alguns bons momentos de conversa da boa. Voltei para Porto Alegre com a certeza de ter conhecido uma rádio especial, verdadeiramente comunitária, que conta com uma equipe abnegada, trabalhadora e exigente que põe foco na qualidade do que comunicam. Semana passada, em dois breves encontros com Glenio, conheci também o ATENTO, informativo mensal da RádioCom e a revista GENTEBOA, publicação mensal da Orgânica Comunicação que é distribuída gratuitamente em faculdades, cafés, cybers, bares, hotéis, eventos culturais da cidade e que também pode ser encontrada no sitio www.pelotasgenteboa.com.br.

RádioCom é um exemplo a ser imitado Brasil afora. Fiquem com meu abraço.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A Zabumba - Pernambuco


Imaginação, muita imaginação. Imaginação em grandes doses, sob forma de idéias musicais e literárias. Assim é o disco de A Zabumba. Conheci Juliano Holanda em 2005, em Fortaleza, e depois nos encontramos em Salvador e em Recife. Não lembro exatamente quando foi a primeira vez que os ouvi, mas lembro que fiquei bastante impressionado. Somente agora, em agosto, durante a Feira da Música de Fortaleza é que consegui comprar o CD deles. Gustavo Wilson, Publius, Juliano Holanda, Bruno Vinezof e Carlos Amarelo são excelentes músicos, ótimos instrumentistas e grandes criadores. Para constatar isso basta uma escutada no CD homônimo que tem 13 faixas e deliciar-se com o encarte que conta com desenhos de João Li e projeto gráfico de Balão. Segundo os integrantes, "(...) o Grupo Azabumba compôs o disco de forma visceral, transformando cada acorde numa projeção ilimitada da arte musical, sem nenhuma pretensão de apelo de mercado, verdadeiro e sincero com cada músico que participou desta etapa da carreira do grupo." Com sinceridade lhes digo que, após ouvir o disco, é exatamente isto que parece. A Zabumba consegue ser tradição e vanguarda simultaneamente, um discaço que merece ser ouvido e re-ouvido muitas vezes. Eles têm um site (http://www.azabumba.com.br) muito bacana, aproveite para visitá-los, você vai gostar.

Eis a ficha técnica do CD:

Publius - voz, vocais, bandolim
Gustavo Azevedo - voz, vocais, pífano, rabeca
Juliano Holanda - baixo, triângulo, voz, vocais
Bruno Vinezof - pandeiro, surdo, caixa, vocais, antena, alfaia, reco-reco, pratos, caxixis
Rudá - zabumba, alfaia, pandeiro, caixa, surdo, ruídos, reco-reco, pratos
Ana Araújo - triângulo, caracaxá, voz, vocais, mineiro, alfaia
Celine - texto em francês
Eli Maria, Lulu Araújo, Laila A. C. Rosa, Tiné, Urêia, Eli Maria, Lulu Freire - coro
Breno Lira - violão aço

Gravado entre agosto de 2003 e 2004 no estúdio do Departamento de Música da UFPE por Zé Guilherme Lima, Pierre, Lindemberg e Marcílio
Mixado no estúdio do Departamento de Música da UFPE por Zé Guilherme Lima e Azabumba
Produzido por Azabumba e Zé Guilherme Lima
Co-produzido por Flávio Mamoha
Masterizado no Classic Master (SP) por Carlos Freitas e Zé Guilherme Lima
Produção executiva, direção musical e arranjos: Azabumba
Projeto gráfico: Balão
Desenhos: João Li

sábado, 1 de setembro de 2007

A Euterpia - Belém do Pará


Conheci Marisa Brito, Antônio Maria Novaes, Márcio Pato e Carlos Canhão, da banda A Euterpia, de Belém do Pará, na Feira da Música de Fortaleza 2007 (fiquei sem conhecer Tom Salazar Cano, que não estava lá...). Por uma coincidência de agenda não assisti ao show deles no Palco do Rock (Centro Cultural Bom Jardim) mas, simpáticos como são, presentearam-me com seu disco Revirando o Sótão, o qual também não cheguei a escutar durante minha estada no Ceará. Porém, para minha sorte, como uma espécie de compensação a estes desencontros, desfrutei de bons momentos com Marisa, Pato e Canhão quando, na beira da praia de Iparana (esta aí acima), tomamos algumas cervejinhas e batemos um gostoso papo sobre música, produção, cultura e outras tantas coisas boas da vida. Falantes prolíferos e ouvintes atentos, de pronto reconheci pessoas queridas e positivas, que vêem nas adversidades da profissão motivos para a busca e o desenvolvimento. Voltei para Porto Alegre com a sensação de que escutá-los seria uma boa experiência e não me enganei: o disco é um achado, cheio de arranjos não-convencionais e de um humor tão intenso quanto refinado. As estruturas dos arranjos vez por outra brincam com o discurso tradicional e apresentam soluções inteligentes para as questões estéticas que eles apresentam a si próprios. Isto sem falar, é claro, de sua competência como instrumentistas e cantores. Ouvindo-os tive a impressão de que o processo de elaboração do disco Revirando o Sótão deve ter sido pura confraternização, verdadeira celebração da arte, como soem ser projetos de pessoas bacanas como eles. Quem quiser pode ouvi-los no MySpace através deste link. Ouça e deixe-se levar pela música desta rapaziada boa de Belém do Pará. Preferidas no Revirando o Sótão? Tenho sim! Não consigo parar de escutar Brechot do Brega, Dia de Alcatrão, Dentro da Caixa, Cinemática e a faixa que dá título ao CD, Revirando o Sótão. Aliás, tenho escutado tanto que, citando-os, pergunto-lhes: Como é que a gente sai de lá, como é que faz prá voltar?